Vazio

Aqui, na solidão do meu quarto, sou menos!

Tu roubas-me toda a existência, tornas-te protagonista da minha própria vida. Como é possível?

Nenhum gesto meu se nota, nenhuma palavra é perceptível. Sou apenas o eco, a distância...

Estou para sempre presa ao que és, ao que me deixas ser, ao que queres que seja.

Com as tuas mãos moldas-me ao sabor da tua fatídica vontade, matas-me um pouco a cada dia que passa, tornas-me tua escrava eterna, e para quê? No fundo nem me queres de verdadeiramente, sou só o capricho, o troféu, sou apenas o nada em que me transformaste...uma identidade perdida para sempre.